Quando ensinar se torna um risco de vida

Imagem gerada através de Inteligência Artificial – IA

O caso de tentativa de envenenamento em uma escola de Salvador escancara uma ferida profunda: nossos professores estão sendo ameaçados dentro do espaço que deveria protegê-los. É hora de agir, não apenas lamentar.

Quatro alunos de apenas 12 anos foram flagrados tentando envenenar duas professoras — de Matemática e Inglês — em uma escola estadual no bairro de São Caetano, em Salvador.
O plano envolvia colocar chumbinho em balas e oferecê-las às docentes. A motivação? Medo da reprovação.

O crime só foi evitado porque outros alunos, em um ato de coragem, alertaram a direção.
Mas o que esse episódio revela é ainda mais grave: o ambiente escolar está se tornando um campo de tensão, medo e violência.

Quem protege quem ensina?

Professoras que dedicam a vida à educação agora precisam temer pela própria sobrevivência.
O caso da Bahia não é isolado — é um alerta urgente sobre o adoecimento emocional de nossas crianças e o abandono institucional dos educadores.

E o mais revoltante? É saber que, provavelmente, não haverá punição real. A idade protege, o discurso da “imaturidade” suaviza, e o sistema responde com “ocorrência” e “conversa com os pais”. Mas quem vai cuidar do trauma dessas professoras? Como seguir lecionando para quem cogitou tirar sua vida?

Se o plano tivesse dado certo…

Duas famílias estariam chorando. Duas mães talvez estivessem enterrando suas filhas. E a escola? Talvez seguisse com um minuto de silêncio e uma nota oficial dizendo “lamentamos profundamente”. Porque, afinal, o calendário letivo não pode atrasar.

Que este caso seja um divisor de águas

Professoras e professores, por mais doloroso que seja admitir: tenham cuidado ao aceitar qualquer alimento de alunos. Em tempos de desequilíbrio emocional, até um gesto de afeto pode esconder uma intenção perigosa.

A sociedade precisa reagir. A escola precisa se transformar. E os educadores precisam ser protegidos — não apenas homenageados quando já é tarde demais.

Por Diário do Nordeste

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