A recuperação do crescimento econômico tem sido acompanhada de uma expansão na parcela da população em situação de extrema pobreza no Brasil — combinação que indica concentração de renda.
De acordo com matéria do jornal Folha de S.Paulo, entre 2016 e 2021, houve uma alta de média de 1% ao ano no Produto Interno Bruto (PIB), indicador que retrata toda a riqueza gerada no país em determinado período. Já a fatia da população na extrema pobreza cresceu 0,2 ponto percentual ao ano, segundo dados reunidos pela economista Laura Muller Machado, ex-secretária de Desenvolvimento Social do Governo de São Paulo e especialista na área.
Uma das possíveis razões para essa conjunção de resultados, segundo ela, é a piora na focalização dos benefícios sociais. Entre 2004 e 2014, o PIB também cresceu, mas a extrema pobreza experimentou uma década de sucessivas reduções. Nesse período, o crescimento anual da renda per capita foi maior entre os mais vulneráveis (7,74%), enquanto o topo da pirâmide social teve um avanço mais tímido (3,49%), abaixo até mesmo da média nacional.
Fonte: Metro1