O novo temporal que atingiu Petrópolis na tarde de ontem deixou pelo menos cinco mortos, segundo informações do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A cidade na região serrana recebeu toda a chuva esperada para o mês de março em apenas duas horas e meia.
A tragédia acontece pouco mais de um mês depois de um primeiro temporal no município fluminense que deixou 233 mortos e quatro pessoas ainda desaparecidas. Depois da tempestade de ontem, as autoridades locais mantém o alerta para risco de deslizamentos, com 95 ocorrências já registradas.
Segundo registros históricos, a média esperada de chuva em Petrópolis para o mês de março é em torno de 250 mm, mas apenas em São Sebastião, distrito da cidade, foram registrados 415 mm em 10 horas. Em seguida, como recordistas em níveis de pluviosidade, vieram Coronel Veiga com 375,2 mm na tarde de ontem, Dr. Thouzet com 363,8 mm e Vila Felipe, com 337,4 mm. “Os eventos de fevereiro podem ser repetidos. Visto que a cidade ainda não está 100% reestruturada, os morros estão com menos vegetação, isso acaba aumentando o risco associado a deslizamentos”, afirmou Pedro Regoto, especialista de clima da Climatempo, em meio a previsão de pelo menos mais 130 mm de chuva ao longo desta segunda (21) na cidade.
A Defesa Civil de Petrópolis afirmou que orienta os moradores de áreas de risco a se deslocarem para locais seguros. A cidade conta com 19 pontos de apoio para acolher a população.
15 minutos para rio transbordar: Morador da cidade, Marcílio Brito, disse à GloboNews que a força da água é menor do que em fevereiro, mas ainda assim se assustou. “Cerca de 15 minutos após o início da tempestade, o rio encheu e transbordou, causando esse alagamento”, contou.
Regoto explicou que isso acontece devido a topografia do local. “As chuvas são muito intensas e rápidas, o que não dá tempo de escoar essa água como deveria ser. Os rios não suportam essa quantidade de chuva, transbordam, dificultando ainda mais o escoamento da água que vai diretamente para cidade”, afirmou. O especialista também destacou que Petrópolis está rodeada de morros e, por isso, a cidade se apresenta como um vale, “concentrando essa massa d’água que vem diretamente nela e através do escoamento superficial da chuva que cai sobre os morros”.
Fonte: UOL Notícias