Em nota, cuidadores denunciam Prefeitura de Bonfim por ‘recolhimento cruel’ de animais de rua

Em nota, cuidadores denunciam Prefeitura de Bonfim por ‘recolhimento cruel’ de animais de rua – Foto: Redes Sociais
Uma nota divulgada por Cuidadores e Protetores de animais de rua, na tarde desta quinta-feira (22), pede providências das autoridades contra a atitude da Prefeitura de Senhor do Bonfim, que estaria, segundo denúncia, “realizando ações de recolhimento de cães e gatos de forma cruel, sem qualquer critério técnico, acompanhamento veterinário ou planejamento para adoção responsável”.
Segundo esses cuidadores, a ação do município não tem “acolhimento adequado ou controle populacional ético”, dos animais de rua.
Ainda de acordo com a nota, a prefeitura estaria realizando a ação chamada de “carrocinha”, “método cruel e degradante, proibido pela Lei 14.228/2021.
Veja a seguir a íntegra da nota publicada pelos Cuidadores e Protetores de animais de Senhor do Bonfim:
“Vimos, por meio desta denúncia aberta, manifestar profunda indignação e solicitar providências urgentes diante das práticas inaceitáveis adotadas pela Prefeitura de Senhor do Bonfim, em relação ao tratamento dispensado aos animais em situação de rua no município.
Nas últimas semanas, em razão do aniversário da cidade e dos festejos juninos que se aproximam, moradores e protetores de animais têm denunciado que a prefeitura vem realizando ações de recolhimento de cães e gatos de forma cruel e desumana, sem qualquer critério técnico, acompanhamento veterinário ou planejamento para adoção responsável, acolhimento adequado ou controle populacional ético.
Animais idosos são retirados do seu local de vivência à força e soltos à própria sorte em locais ermos, sob o pretexto de que serão colocados para adoção. Quando todo mundo sabe que a chance de adoção de animais idosos é MÍNIMA ou NULA.
O próprio secretário de Agricultura, o senhor Paulo Terra nova afirmou que “a carrocinha está na área” (temos print de conversa para comprovar). A Carrocinha, método cruel e degradante, foi proibida pela Lei 14.228/2021, mas parece que Senhor do Bonfim se tornou uma terra sei lei e sem fiscalização, se assemelhando a uma ditadura onde as decisões são arbitrárias e impostas à revelia da lei, da ética e da compaixão cristã, essa que é usada apenas para fins eleitorais.
Essas ações, além de afrontarem diretamente a legislação brasileira de proteção aos animais, configuram uma política higienista disfarçada de gestão pública, promovendo o desaparecimento forçado de animais como solução paliativa e imoral para um problema que exige políticas públicas responsáveis.
Lembramos que tais práticas violam:
- A Constituição Federal (art. 225, §1º, VII), que assegura a proteção da fauna e proíbe práticas que submetam os animais à crueldade;
- A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98, art. 32), que considera crime o abuso, maus-tratos, ferimentos ou mutilações em animais;
- A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, reconhecida por diversas legislações locais e internacionais.
Diante disso, solicitamos providências imediatas dos seguintes órgãos e entidades:
- Ministério Público da Bahia, para investigar e coibir tais práticas;
- Conselho Municipal de Meio Ambiente, para se posicionar e exigir transparência nas ações da prefeitura;
- Câmara de Vereadores de Senhor do Bonfim, para instaurar comissão de investigação e fiscalizar a atuação do Executivo municipal;
- Mídia local, para dar visibilidade ao problema e pressionar por mudanças;
- ONGs e protetores independentes, para acompanhar de perto as ações e cobrar políticas públicas que priorizem o bem-estar animal.
Exigimos transparência nas ações públicas, prestação de contas, criação de políticas efetivas de controle populacional (como castração em massa e campanhas de adoção), além de respeito irrestrito à vida animal.
Senhor do Bonfim não pode compactuar com a crueldade. O povo exige respeito, ética e responsabilidade!
Assinam esta denúncia:
Cidadãos, protetores, entidades e organizações que quiserem se manifestar.
Senhor do Bonfim/BA, 21 de maio de 2025″.
Por Blog do Eloilton Cajuhy – BEC