Foto: Reprodução

A cidade de Formosa do Rio Preto, no extremo oeste do estado, foi a cidade baiana responsável pelo maior alerta de desmatamento do Brasil no ano passado. É o que diz o relatório anual do MapBiomas, divulgado essa semana. Segundo o estudo, o avanço das plantações aumentou em 128% a supressão de vegetação no município, entre 2020 e 2022. O desmatamento desenfreado na Bahia não é pontual, prova disso é que o estado foi o que mais desmatou os biomas Cerrado e Caatinga no país.

No ano passado, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão estadual, prorrogou uma portaria de 2015 que permitiu que uma região de 12.272 hectares fosse desmatada dentro da Área de Proteção Ambiental do Rio Preto. Esse foi o maior alerta de desmatamento realizado pelo MapBiomas em 2022, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento.

O município faz parte da localidade conhecida como Matopiba, que engloba, além da Bahia, os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Desde a segunda metade da década de 1980, a região é alvo crescente de desmatamento.  Na cidade que possui o Cerrado como bioma, o desmatamento saltou de 14 mil hectares para 33 mil entre  2020 e 2022. A menos de 200 quilômetros de Formosa do Rio Preto, São Desidério também sofre com o desmatamento acelerado. O município é o sexto do Brasil com a maior média de supressão de vegetação por dia e o primeiro em desmatamento no Cerrado. Por lá, 100 hectares foram desmatados diariamente entre 2019 e 2022. Formosa aparece em oitavo lugar.

Para Yuri Salmona, diretor executivo do Instituto Cerrados, a legislação ambiental que autoriza o desmatamento é permissiva e não leva em conta as consequências para o meio ambiente, que podem ser irreversíveis. “A porção do cerrado no oeste da Bahia tem ocupação massiva da agricultura intensiva para a exportação de commodities e o empurramento das comunidades tradicionais”.

Fonte: Muita Informação

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