Como a chegada da internet tem impactado crianças e adolescentes em comunidades isoladas

Como a chegada da internet tem impactado crianças e adolescentes em comunidades isoladas — Foto: Reprodução/TV Globo

O Profissão Repórter desta terça-feira (11) acompanhou como a chegada da internet tem impactado a rotina de crianças e adolescentes em comunidades isoladas às margens do Rio Tapajós, no Pará.

Uma das paradas da equipe foi na Aldeia Solimões, onde a internet chegou há pouco mais de um ano. No local, um roteador que filtra conteúdos indesejáveis estava com defeito e acabou liberando os sites de jogos.

Durante a visita, a reportagem flagrou diversos adolescentes vidrados nas telas dos celulares. Isaac da Costa, de 16 anos, jogava no telefone enquanto conversava com a equipe. Ao lado do jovem, outras crianças e adolescentes se reuniam para acompanhar o jogo.

Isaac comentou sobre a lei federal que proíbe celulares nas escolas.

“Eu achei ruim, porque as pessoas estão acostumadas com celular. Na escola, eu ficava um pouco, mas agora não pode mais, né?”, comenta o adolescente.

A equipe também visitou a aldeia Braço Grande, na Reserva Tapajós-Arapiuns, onde a internet chegou por meio do projeto Conexão Povos da Floresta. A iniciativa, realizada por associações ribeirinhas, indígenas e quilombolas, já levou conexão via satélite para mais de 1,2 mil comunidades na Amazônia.

O projeto estimula que a própria comunidade decida regras de uso da internet e um aparelho bloqueia conteúdos que eles consideram indevidos.

“A maior preocupação é com as crianças e os adolescentes, que passam muito tempo no celular. Alguns já estão viciados nas telas do celular”, destaca um trabalhador do projeto.

Um morador da aldeia reforça a necessidade de equilíbrio no uso da tecnologia.

“Para nós é muito importante ter internet, mas é importante ter regras”, diz.

Outra participante do projeto também destacou problemas que têm sido observados com a chegada da conexão.

“Minha preocupação é muito grande com os adolescentes porque a gente vê o índice de suicidio, roubo de imagens, imagens pornográficas, os jogos de azar é algo que a gente vê que as pessoas estão adoecendo com isso”, alerta.

Por Profissão Repórter

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