Dólar sobe depois de 12 dias e fecha a R$ 5,79, com falas de Trump sobre Gaza; Ibovespa sobe

Notas de dólar. — Foto: Reuters

O dólar interrompeu uma sequência de 12 quedas e fechou a sessão desta quarta-feira (5) em alta, a R$ 5,79. Investidores repercutiram falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriam intenção de assumir o controle da Faixa de Gaza.

Os temores de uma possível guerra comercial entre EUA e China também ajudaram a fortalecer a moeda americana. Nesta quarta, a Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que a China apresentou uma contestação sobre as novas medidas tarifárias aplicadas por Trump.

As incertezas geopolíticas costumam fortalecer o dólar, pois a moeda é considerada a mais segura do mundo e acaba sendo o “refúgio” dos investidores durante períodos de maior cautela.

No Brasil, os investidores também repercutiram as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a inflação no país. Lula disse que vai se reunir com representantes do setor de alimentos para procurar uma solução para o aumento dos preços.

Na agenda de indicadores, o destaque foi a divulgação dos dados de produção industrial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No exterior, o foco ficou na criação de vagas de trabalho nos EUA.

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

O dólar fechou em alta de 0,40%, cotado a R$ 5,7940. Na máxima do dia chegou a R$ 5,8178. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,74% na semana e no mês;
  • recuo de 6,24% no ano.

No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,76%, cotada a R$ 5,7712.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta de 0,31%, aos 125.534 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,49% na semana e no mês;
  • ganho de 4,35% no ano.

Na véspera, o índice teve queda de 0,65%, aos 125.147 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

As falas do presidente americano continuaram a movimentar os mercados nesta quarta-feira (5). Na véspera, Trump afirmou que os EUA “assumirão o controle” da Faixa de Gaza, sugerindo que os palestinos da região deveriam ser realocados.

As declarações, feitas ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, geraram fortes críticas das comunidades internacionais geraram fortes críticas internacionais e forçaram a Casa Branca a se posicionar.

Em entrevista a jornalistas, a porta-voz do governo, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente não se comprometeu a enviar tropas para a Faixa de Gaza, destacando que a realocação seria “temporária”.

Ela também disse que os EUA precisam se envolver na reconstrução de Gaza “para garantir a estabilidade na região”, mas que “não vão pagar” por ela.

As falas reavivaram os temores de uma guerra generalizada no Oriente Médio, o que, além da catástrofe humanitária, poderia gerar problemas econômicos, dada a importância da região na produção e distribuição de petróleo.

Ainda nos EUA, também pesava no mercado a preocupação sobre uma possível guerra comercial entre o país e a China, após o gigante asiático responder à imposição de tarifas por parte de Trump na véspera.

Além disso, o cenário de juros nos EUA continua a preocupar, por um possível aumento de preços no país, devido às tarifas de Trump. Juros altos nos EUA elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, atraindo investidores e valorizando o dólar em detrimento de outras moedas.

Na agenda de indicadores, o destaque no Brasil foi a divulgação dos novos dados de produção industrial. Segundo o IBGE, a indústria brasileira cresceu 3,1% em 2024, apesar da perda de força no fim do ano, com uma nova queda de produção (-0,3%) em dezembro.

Os dados reforçam os sinais de desaceleração da economia, devido à maior taxa de juros, à desvalorização do real e à inflação ainda elevada.

No exterior, o déficit comercial dos EUA aumentou 24,7% em dezembro, para US$ 98,4 bilhões, o maior patamar desde março de 2022. Já a criação de vagas de trabalho no setor privado subiu para 183 mil em janeiro, de 176 mil em dezembro.

O setor de serviços norte-americano, por sua vez, apresentou uma desaceleração inesperada em janeiro, em meio ao arrefecimento da demanda, ajudando a conter o aumento dos preços.

Por Redação g1 — São Paulo

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