Foto: Reprodução/Ed Santos – Acorda Cidade

O município de Feira de Santana registrou na madrugada desta terça-feira (23), o segundo caso de feminicídio neste ano. O primeiro crime aconteceu no dia 25 de fevereiro. A diarista Cláudia Alves da Silva, de 32 anos, foi assassinada a tiros na própria residência, após um desentendimento durante uma festa.

Já nesta terça-feira, Rafaela Ramos dos Santos, 31 anos, foi assassinada com golpes de faca pelo ex-companheiro na frente do filho no bairro Campo do Gado Novo.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Clécia Vasconcelos, informou que a vítima já tinha uma medida protetiva contra o autor, por ter sido estuprada no mês de março.

“É um fato que abala todos nós que trabalhamos em rede para a proteção da mulher. Rafaela, em fevereiro deste ano, registrou um Boletim de Ocorrência por ameaça. Ela já estava separada, mas ela estava se sentindo perseguida também. Em março, exatamente em 23 de março, o ex-companheiro foi preso, autuado em flagrante delito por estupro. Ele havia estuprado Rafaela. Ele foi liberado para responder o processo em liberdade durante a audiência de custódia e o inquérito foi remitido à Justiça. E agora, esse evento lamentável, um mês após ele ter sido autuado em flagrante delito por ter estuprado essa mulher, que não o queria mais, ele comete esse bárbaro crime contra ela, na presença do filho. Esse menino, de 13 anos, que presenciou tudo, que saiu em defesa da mãe, foi lesionado também. É por isso que o feminicídio é tão grave, porque ele destrói a família, a família nuclear. Esse menino vai ter essa marca para o resto da vida. A Rafaela tem mãe, tem irmãos, tem sobrinhos. É uma família que fica. E a gente precisa muito bater nessa tecla. A mulher foi morta simplesmente porque não queria mais o cara”, explanou.

Segundo a delegada, Rafaela não estava em casa no momento que o autor adentrou na residência. Quando chegou, foi surpreendida. “Ele já estava com a faca, já estava nesse intuito de tirar a vida dela”, disse.

“Agora o inquérito de feminicídio fica com a DHPP, que também tem acesso aos procedimentos anteriores que vão mostrar a morte dessa mulher por conta da violência doméstica e da condição de gênero. Comigo, são as providências anteriores. A tentativa de feminicídio, a ameaça, o estupro, uma vez que haja o evento morte, já fica com a Delegacia de Proteção à Pessoa, a DH. Pode ter certeza que todas as forças policiais, todo sistema de justiça está atento a isso para que não se repita”, concluiu.

Fonte: Acorda Cidade

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