Riscos de desequilíbrio no ecossistema marinho e veneno que pode causar convulsões: conheça peixe invasor encontrado na Bahia

Peixe invasor com 18 espinhos é encontrado em destino turístico na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

O peixe invasor capturado por moradores no destino turístico de Taipu de Dentro, na cidade de Maraú, no baixo sul da Bahia, no sábado (19), é conhecido como “peixe-leão”. Originária do oceano Indo-Pacífico, a espécie é considerada altamente venenosa e pode causar desequilíbrio no ecossistema marinho.

Segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente de Maraú o peixe-leão tem 18 espinhos venenosos. O contato com ele pode causar dores, náuseas e até convulsões em humanos.

De acordo com a gestão municipal, cada fêmea da espécie põe até 30 mil ovos a cada 26 dias e a espécie pode comer até 20 peixes em 30 minutos, inclusive presas grandes.

A orientação passada por especialistas é que caso encontrem o peixe-leão, as pessoas só o capturem se estiverem com as mãos cobertas. Além disso, é preciso ter cuidado para que os espinhos não entrem em contato com a pele.

A secretaria orienta que as pessoas não devolvam o peixe-leão ao mar. Caso perceba que houve o contato com o animal, o local deve ser lavado com água quente. Em seguida, a pessoa deve procurar atendimento médico.

Caso não tenha habilidade para pegar o peixe-leão, as pessoas devem entrar em contato pelo e-mail peld.bts@gmail.com e informar onde e quando viu a espécie.

Veja abaixo outras curiosidades do peixe-leão:

  • População cresce rapidamente. Se reproduz muitas vezes ao ano e consegue gerar milhares de ovos e larvas durante os processos reprodutivos.
  • Na fase adulta ele pode alcançar até 47 cm;
  • Potenciais predadores não o reconhecem como presa, por não ser uma espécie nativa.

Segundo a bióloga da Secretaria do Meio Ambiente de Maraú, Stella Furlan, o peixe resgatado em Maraú será objeto de pesquisa.

Na Baía de Todos-os-Santos, foram notificados, até junho deste ano, cinco indivíduos de peixe-leão em idade adulta e reprodutiva, segundo a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Eles foram avistados na região de Morro de São Paulo, baixo sul do estado, e em Salvador.

Até então, não existe um programa de monitoramento específico para detectar a espécie. Os registros feitos são considerados pontuais e eventuais.

A Sema informou que a bioinvasão da espécie é muito recente na Bahia, e que iniciou a elaboração dos “Protocolos de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida”. Além disso, oficinas serão realizadas no segundo semestre de 2025 para a elaboração de um documento de forma conjunta e participativa.

Mudanças climáticas e ação humana

Os especialistas afirmam que o movimento também está ligado ao aquecimento das águas, à intensa circulação marítima internacional e às mudanças nos ecossistemas costeiros causadas por poluiçãourbanização alterações climáticas.

“As mudanças climáticas estão afetando os ecossistemas e as espécies de várias formas. Os impactos estão muito acentuados pelas questões climáticas e tudo isso pode favorecer a expansão das áreas de ocorrência das espécies invasoras”, explicou diretor de políticas e planejamento ambiental da Sema, Tiago Porto.

Como combater as espécies exóticas invasoras na Baía de Todos-os-Santos — Foto: Arte g1

Como combater as espécies exóticas invasoras na Baía de Todos-os-Santos — Foto: Arte g1

O que fazer se encontrar um animal exótico invasor

Para evitar o avanço de espécies invasoras na Bahia, equipes da Secretaria de Meio Ambiente começaram a organizar, em 2023, um plano de resposta à bioinvasão. As orientações são:

  • Não mate e não faça a retirada.
  • Entre em contato pelo e-mail peld.bts@gmail.com.

Para a pessoa ficar apta a realizar a remoção da espécie, deve-se protocolar um pedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a indicação da espécie a ser removida e da tecnologia que será utilizada.

“O Ibama vai fazer uma avaliação dos riscos ambientais da estratégia, porque pode ser que a boa intenção de remover aquela espécie possa causar um impacto ambiental ainda maior, se não for feita da maneira correta”, explicou o diretor de políticas e planejamento ambiental da Sema, Tiago Porto.

Por g1 BA

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