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Aceleradas ilegais são o tema principal e o segredo da alta audiência e do elevado faturamento de muitos youtubers e influenciadores automotivos. Para frear a produção desse tipo de conteúdo, um projeto de lei que prevê punição a pessoas e plataformas que divulgarem vídeos e fotos de infrações e crimes de trânsito foi aprovado pelo Congresso. Contudo, há cerca de um mês o presidente Jair Bolsonaro vetou quase a integralidade do texto ao sancioná-lo, deixando a iniciativa sem efeito prático. A decisão do chefe do Executivo foi interpretada como um aceno positivo aos infratores por entidades representativas de vítimas da violência no trânsito e por órgãos como AND (Associação Nacional dos Detrans) e FenaPRF (Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais) – que se mobilizam para convencer deputados federais e senadores a derrubarem ao menos parte dos vetos presidenciais.
Caso sejam mantidos os vetos de Bolsonaro, plataformas vão ficar livres da obrigação de tirar os vídeos do ar, como prevê o projeto de lei. Para Rodolfo Rizzotto, coordenador das entidades SOS Estradas e Trânsito Amigo, que participou da construção do PL, os vetos dão aos infratores uma “chancela” para práticas ilegais e nocivas para a sociedade. “Estamos falando de uma aprovação recorde no Congresso Nacional. Menos de 3% dos parlamentares votaram contra. Não há como justificar que infratores, criminosos e potenciais assassinos possam veicular e divulgar esses vídeos e ainda serem remunerados por isso, por meio de publicidades que são direcionadas pela própria plataforma”.
De acordo com Rizzotto, um canal do porte do PetrolHead, com quase 900 mil inscritos e mais de 200 milhões de visualizações, chega a faturar R$ 90 mil em um mês com anúncios. Por conta dessa remuneração, e da falta de mecanismos que impeçam a publicação vídeos que fazem apologia a crimes e infrações de trânsito, Rizzotto aponta as redes sociais como cúmplices. “O que as plataformas fazem diante disso? Mandam placas parabenizando esses caras a cada 100 mil seguidores novos. Além de, é claro, pagarem para veicular publicidade em seus vídeos. Essas redes não retiram o conteúdo por decisão pessoal dos respectivos executivos, já que excluem outros tipos de material pelas mais variadas razões”, avalia Rizzotto.
Fonte: UOL Carros